O CASAMENTO E MEUS TRÊS FILHOS HOMENS, PRESENTE DE DEUS

Após 8 anos de noivado, por livre e espontânea pressão do meu pai que não tolerava namoro por muito longo, me casei na Igrejinha de Santa Cecília, em Brás de Pina, aos 26 anos, passando a usar o nome de Isabel de Paula Miranda Rodrigues. Eu e meu marido trabalhávamos em expedientes diferentes: ele à noite e eu durante o dia. Após dois longos anos de casados tivemos nosso primeiro filho Miguel, um presente de Deus.

Quando Miguel estava com 9 meses descobri que estava grávida de novo, fato não aceito por meu marido e por sua mãe pois nós passávamos por dificuldades financeiras devido ao fato de eu ter saído do banco e meu marido ficou desempregado. Eu insisti em ter meu segundo filho porque sou totalmente contra o aborto... e arrisquei. Foi a melhor decisão que tomei na vida porque essa gravidez veio premiada com dois lindos meninos: Alberto e Érico, gêmeos idênticos. Senti-me como se fosse a rainha do mundo de tão feliz pois eles eram tudo o que eu sonhava. O meu tesouro aqui na Terra eram os meus três filhos. Quando os gêmeos estavam com 7 meses retornei ao mercado de trabalho. Enquanto trabalhava de prestadora em uma multinacional fiz concurso para uma empresa federal, onde trabalhei até me aposentar. Tivemos uma vida de muito trabalho.

Cuidar de três bebês já é uma tarefa difícil imaginem naquela época em que não existiam fraldas descartáveis, tendo que lavar as fraldas de pano no tanque e colocar água fervida depois torcer estende e após secas ainda ter que passá-las. Bem mais tarde é que pude comprar minha primeira máquina de lavar. E as mamadeiras para três sendo que para os gêmeos eram de duas em duas horas. Minha irmã ia todas as manhãs e mamãe à tarde e ficava para dormir conosco. Minha sogra e cunhadas também ajudavam muito e ainda vinham as amigas dar uma forcinha.


Eu desfrutava, imensamente feliz, de cada momento com os meus meninos. Aonde eu ia os levava, não ficava sem eles em nenhum final de semana ou feriado. Até aprendi a dirigir, o que não é o meu forte, somente pra poder levá-los pra todo lugar aonde ia ou precisasse ir. Eles participavam ativamente da minha vida. Nós passeávamos muito nos feriados e nas férias. Além dos meninos aprenderem a nadar cedo pelos banhos de mar e piscinas nós pescávamos camarões com tarrafa, andávamos de bicicleta, viajávamos pelas estações de águas de Minas Gerais e em todos os aniversários festejávamos geralmente com fogueiras e balões no quintal de nossa casa.


Tínhamos uma vida cheia de alegria com muitos amigos. Meus filhos eram muito queridos por todos da redondeza, ainda mais os gêmeos que faziam o maior sucesso com seu carisma e suas artes de moleques levados que eram. Uma de suas artes preferidas era fazer “coquetel molotof”, nome que davam às suas experiências com tudo o que encontravam na despensa ou por perto: detergente, sabão em pó, vinagre, água sanitária, esmalte, tinta (álcool, inseticidas, querozene, tintas etc. eram muito bem escondidos em um lugar muito alto onde eles não pudessem ter acesso). Por várias vezes fomos surpreendidos com fogueirinhas nos lugares mais inesperados: debaixo de sofás, camas, dentro de estantes, atrás de cortinas, já sabem no que dava se não estivéssemos atentos.


Um dia eles fizeram esse tal “coquetel molotof” em uma latinha no quintal. Eu estava preparando o almoço quando ouvii algo explodir e corri. Lá estava o Érico aos berros, todo salpicado por uma espécie de pixe nas partes da barriga e coxas. Isso aconteceu porque na hora em que o Érico resolveu fazer xixi para completar a química o Beto acendeu um fósforo e jogou na latinha o que provocou a explosão. Ainda bem que não tinha nada muito incandescente nessa latinha senão a explosão seria bem maior. Eles eram muito criativos.

Quando eu ia desfilar na Minha Escola de Samba eles me pediam para vestir a fantasia antes de sair para saber se eles aprovavam. Se algum engraçadinho mexesse comigo na rua eles respondiam: “vai mexer com a tua mãe!”

Após o divórcio, voltei a usar meu nome de solteira e, mais tarde, passei a usar meu nome de iniciação no hinduismo e no esoterismo: Mataji Ishani.

Éramos Quatro: eu e meus três filhos Miguel, Alberto e Érico.

Por coincidência: as primeiras letras de seus nomes, por ordem de nascimento, formava a palavra MAE.

Vivíamos como se fôssemos uma só pessoa, tal era o elo que nos unia. Meus três meninos juntos eram os meus defensores: companheiros, destemidos, belos e saudáveis, cavalheiros, talentosos, generosos, comunicativos, prestativos, carismáticos, carinhosos e protetores... e eu me sentia protegida com os "Meus Três Mosqueteiros", como os chamava.

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