MEDITANDO NO CUME DO MONTE LAKSMI

Em um desses dias alugamos um carro apropriado e subimos o monte de Laksmi, nas montanhas SHIVALIK.

Durante a subida passei por outro aperto. O carro em que viajávamos - um ônibus TATA largo - e no sentido contrario vinha um caminhão da mesma marca - TATA - igualmente largo. Parece que essa companhia monopolisa o meio de transporte rodoviário na India. A estrada na montanha era em zig e zag e muito estreita. Quando avistávamos uma aldeia lá em cima a perder de vista, ao passar por ela e subindo mais um pouco, ao olhar para baixo a aldeia parecia muito abaixo, a perder de vista, e assim sucessivamente subindo, subindo.

E plantações nos terraços ondulantes esculpidos nas encostas íngreme, onde quase tudo é cultivado com muita dificuldade pois, pelo que pude observar, nesse montanha não havia rios com águas em abundância como nos vales mais abaixo.

Também não percebi nenhum tipo de pássaro ou inseto nesse lugar de altitude. No topo da montanha parece que tudo fica muito longe, como se a montanha fosse isolada de todo o resto das cadeias de montanhas do lugar.

Ao passar pelo caminhão nosso carro esbarrou com o enorme retrovisor no caminhão fazendo um barulho de batida. Não tive coragem de olhar para trás para saber se o caminhão caiu no abismo ou não. O motorista do nosso veículo, ao ver que eu estava muito pálida e assustada, dava gargalhadas, dizendo para eu ficar tranquila porque eu não tinha bom carma para morrer naquele lugar. Imaginem.

No norte da India, pelo menos nos lugares que percorri, não existem sinais de trânsito nem multa a não ser nas metrópoles. Vi um taxi cometer uma infração e o guarda de trânsito ao invés de multar, como em todos os lugares, ele batia no motorista de cassetete e o motorista saia correndo, acionava o veículo e fugia dando risadas.

O restante da subida até o topo, onde existe um mosteiro budista, subimos a pé. Foi o trajeto mais difícil para mim por causa da subida naquela altitude, sendo a última a chegar.

Quando chegamos no mosteiro, os integrantes do meu grupo ficaram conversando com os monges e eu fui contemplar a beleza do lugar, que era completamente silencioso; a sensação de paz era absoluta. Sentei-me de frente para o monte de Shiva, avistado ao longe iniciando a cadeia nevada dos Himalaias.

A sensação era de frustração devido as densas nuvens que cobriam as montanhas. Fiquei por algum tempo meditando e orando para que me fosse concedida a graça de ver de perto as montanhas... Jamais faria tal viagem novamente nesta vida pois não suportaria aquela subida novamente. Então, como se fosse um milagre, as nuvens se levantaram como se um enorme braço as elevasse fazendo com que aparececem todas as montanhas por alguns momentos. Depois novamente as nuvens baixaram e quem não estava presente não pode ver o evento.

Senti-me afortunada por ter recebido tal graça dos deuses. Após contemplar a cadeia de montanhas e, em especial o monte de Shiva, agradeci silenciosamente a bênção recebida. Fiquei o tempo inteiro completamente muda, aproveitando aquele momento de reflexão e êxtase.

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